Livro 9: O Mundo de Gelo & Fogo – George R.R Martin

Oi oi oi pessoas! Passamos das 1.200 curtidas na Fanpage do blog, com um mês só de vida! Feliz demais com isso! Feliz também porque a leitura dessa semana superou as (já muito altas) expectativas!

Sério mesmo, gente… George Martin é sempre uma boa escolha! Sou fã de carteirinha e morro de medo de ele bater as botinhas antes de terminar as Crônicas de Gelo e Fogo

Mas eu o amo mesmo assim ^^

E eu o amo mesmo assim ^^

Mas vamos à resenha!

O Mundo de Gelo e Fogo –  As Histórias não contadas de Westeros e as Crônicas de Gelo e Fogo é, nas palavras da galera do Skoob, “Tudo o que você sempre quis saber sobre Westeros e tinha medo de perguntar”. Tão bonito, capa dura, enorme e solene (e caro), ele é quase uma enciclopédia de toda a História compilada dos Sete Reinos e das Cidades Livres.

Contada pela perspectiva de um Meistre da Cidadela, para o Rei Tommem Baratheon (Lannister), a narrativa começa lááá nos primórdios da Era da Aurora, passa pela chegada dos Primeiros Homens, A Era dos Heróis, a Ascensão e Perdição da antiga Valíria e a Conquista dos reinos Westerosi pelos Senhores de Dragões da Casa Targaryen (os antepassados por parte de “Adão e Eva” da minha, sua nossa, amada Daenerys). 

Para quem já leu algum (ou todos, no meu caso) dos livros das Crônicas de Gelo e Fogo, essa ‘Enciclopédia’ é uma leitura complementar MA-RA-VI-LHO-SA, mostrando que existiram tramas – e conflitos- muito antes da Guerra dos Tronos acontecer.

Por gostar muito de História, fiquei apaixonada de verdade pela riqueza de detalhes que o autor coloca em personagens que a gente já ouviu falar (como Aegon, o Conquistador, e suas irmãs, Rhaenys e Visenya) e naqueles que nunca tomamos conhecimento (os vááários reis e rainhas da casa Targaryen, isso sem contar os cavaleiros e Senhores das grandes casas).

É uma trama muito bem amarrada, que dá ainda mais consistência para os acontecimentos “atuais” apresentados no ‘A Dança dos Dragões’.

As ilustrações são um show à parte. Sem brincadeira, você para a leitura pra ficar admirando. Dá uma olhada nessas imagens (são algumas das que eu mais gostei) e vê se não são pura obra de arte:

Jon Snow e Fantasma (que só aparecem na ilustração mesmo =x)

Jon Snow e Fantasma (que só aparecem na ilustração mesmo =x)

Rhaenyra Targaryen. A alegria do reino. Foi uma das herdeiras ao trono de ferro e lutou contra seu meio -irmão, Viserys, na primeira Dança dos Dragões.

Rhaenyra Targaryen. A alegria do reino. Foi uma das herdeiras ao trono de ferro e lutou contra seu meio -irmão, Viserys, na primeira Dança dos Dragões.

Senhores de Dragões da Antiga Valíria. Sim. Amo muito esses cabelos brancos e olhos de cor lilás.

Senhores de Dragões da Antiga Valíria. Sim. Amo muito esses cabelos brancos e olhos de cor lilás.

Daeron I. O Jovem Dragão. Conseguiu fazer o que Aegon I não fez: conquistar Dorne (por um tempo). Morreu jovem, e lindo.

Daeron I. O Jovem Dragão. Conseguiu fazer o que Aegon I não fez: conquistar Dorne (por um tempo). Morreu jovem, e lindo.

Rhaegar Targaryen. O Príncipe Dragão. Irmão mais velho da Daenerys, filho do Rei Louco, marido de Elaria Martell e amante (será?) de Lyanna Stark. E lindo. muito lindo.

Rhaegar Targaryen. O Príncipe Dragão. Irmão mais velho da Daenerys, filho do Rei Louco, marido de Elia Martell e amante (será?) de Lyanna Stark. E lindo. muito lindo.

Torneio de Harrenhal, no ano da Falsa Primavera, quando Rhaegar vence e dá a coroa de Rainha do Amor e da Beleza para Lyanna Stark (e não para sua esposa, Elaria Martell. #DeuTreta)

Torneio de Harrenhal, no ano da Falsa Primavera, quando Rhaegar vence e dá a coroa de Rainha do Amor e da Beleza para Lyanna Stark (e não para sua esposa, Elia Martell. #DeuTreta)

Além do acompanhamento dos quase três séculos de reinado da Casa Targaryen (e do comecinho do reinado Baratheon), e dos conflitos pelo domínio e manutenção dos Sete Reinos, o capítulo mais interessante – na minha humilde opinião – foi o que trata da relação entre o Rei Aerys II (O Rei Louco) e Tywin Lannister. Eles foram de amigos de infância a inimigos profundos, o que também contribuiu para a rebelião que deu fim à Era dos Dragões em Westeros (até então, né).

Confesso que nunca gostei do Tywin, nem nos livros, nem na série. Mas NESSE livro em especial, a história dele é contada de uma maneira diferente. Filho de um pai (e Senhor) fraco e desrespeitado, é ele quem reergue a Casa Lannister e tenta conter os desmandos loucos do último Rei Targaryen. Também é ele quem enfrenta inimigos e problemas financeiros com a mesma coragem leonina. Sério. A gente acaba se afeiçoando a ele por conta disso.

Twyin Lannister. Ele até que ficou bonitão.

Twyin Lannister. Ele até que ficou bonitão.

Depois que o Meistre escritor termina seu relato da Rebelião de Robert Baratheon, o livro dá uma passada rápida nas histórias das outras grandes casas e, sinceramente, as únicas que valem a pena são Lannister e Baratheon (Stark foi um relato rápido e bem chato, Tully são poucas páginas e Arryn não compensa o trabalho).

Mas talvez fosse essa a intenção, já que o livro é um presente para o Rei Tommen que, teoricamente, descende dessas duas casas.

Enfim… é um livro para amantes de Westeros, para quem gosta de saber mais sobre seus personagens e suas familias e um livro pra ter enfeitando lindamente a estante. Dói no bolso um pouco, mas é uma riqueza!

Acho que fiquei ainda mais ansiosa pra chegar dia 12 de abril, quando estreia a 5ª temporada de Game of Thrones (que ganhou um novo vídeo promocional ontem, dá só uma olhada).

Livro 8: A Rainha Normanda – Patricia Bracewell

E chegamos aos dois meses de desafio aqui no blog! 

Para essa semana eu escolhi um livro que estava sendo SUPER divulgado pela Editora Arqueiro, A Rainha Normanda.

Confesso que estava LOUCA pra ler essa obra da Patricia Bracewell, principalmente porque ando bem envolvida com todo tipo de literatura sobre a cultura nórdica e as históricas da Inglaterra/Dinamarca/Escócia (como vocês já devem ter percebido pelas críticas de Outlander e Crônicas Saxônicas).

Rainha normanda-capa

Sim. A capa é MUITO linda!

Comprei assim que lançou e li assim que chegou. Então vamos à crítica!

A Rainha Normanda se passa na Inglaterra, entre os anos de 1001 e 1005 d.C, e faz a gente viajar por um mundo essencialmente masculino, cruel e instável – onde as figurinas femininas vão se destacar pela inteligência, resistência e audácia.

Emma, a protagonista, é uma nobre normanda, prometida por seu irmão – o duque – ao rei inglês como parte de uma aliança de poder. Ainda muito nova, ela viaja para a Inglaterra rumo ao seu destino como rainha, onde irá enfrentar um casamento com um homem infeliz, bruto e infiel; uma corte traiçoeira e uma paixão proibida.

Além dela, a história é contada sob o ponto de vista dos principais membros da corte inglesa:

– Rei AEthelred: Atormentado pela memória do assassinato de seu meio-irmão, Edward, é um rei impiedoso, desconfiado e violento. Conhecido por seu “azar”, vive às voltas com os ataques dinamarqueses ao seu país. Pra mim é um completo covarde, burro, odiei ele desde a primeira página.

– Athelstan: Filho mais velho do rei e sua primeira esposa (que morreu no parto do último filho, daí o motivo do casamento de AEthelred e Emma), um jovem inteligente que, teoricamente, herdará o trono. Se apaixona por Emma e isso desencadeia alguns dos melhores momentos da história toda. (E se a minha imaginação estiver certa, ele deve ser LINDO)

– Elgiva: Única filha do conde de Northamptonshire. Foi cogitada como noiva para o rei (e jogada de lado porque AEthelred preferiu uma aliança com a Normandia, que poderia ajudá-lo a lidar com os vikings, a conceder ainda mais poderes ao Conde AEfhel). Uma mulher bonita, invejosa, perigosa, sensual e extremamente mimada. Gostei dela só porque promete MUITO pros próximos volumes. Por essa leitura, só achei ela bem nojenta e perigosa como uma cobra hahaha

Apesar de ser uma leitura muito boa, eu aconselho paciência a quem quiser se aventurar com ‘A Rainha Normanda’. Isso porque a história fica a maior parte do tempo presa aos mesmos dramas domésticos/íntimos do rei e da rainha, intercalando com momentos de ação a partir das invasões vikings, em decorrência ao massacre do Dia de São Brício – realizado por ordem real. (Nem de longe tão emocionante quanto as Crônicas Saxônicas, pelo menos não no primeiro livro).

Durante quase toda a leitura eu quis mais que o Rei morresse por um machado viking, que a Rainha tomasse o poder, junto com Athelstan, e que Elgiva botasse pra quebrar no norte. Mas a leitura vai te engambelando e não te dá quase nada além de uma expectativa GIGANTE para o que pode vir ainda…

Sinceramente. Eu terminei o livro hoje pela manhã QUENTE para escrever aqui no blog. Dizer que o final era obra do Zé Ronaldo e que eu me decepcionei lindamente!

Maaas descobri que esse é só o primeiro volume de uma trilogia sobre a História da Rainha Emma, então… peço desculpas, mordo minha língua, seguro meus dedinhos nervosos e digo: LEIAM! Porque A Rainha Normanda foi só o começo de uma narrativa que promete!

Especial: José Ronaldo – o destruidor de boas histórias!

Sabe aquele livro, filme ou série que começa perfeito, vai ficando cada vez melhor, mas termina numa gigantesca desilusão (de tão fraco ~ou ruim mesmo ~ que é o final)?

Senhoras e senhores… eu lhes apresento os trabalhos de José Ronaldo – o destruidor de boas histórias!
ze_ronaldo

Selo José Ronaldo  de final b*sta.         imagem: Kiko Barbosa

José Ronaldo é uma criatura mítica e muito ativa nas indústrias cinematográfica e editorial. Ele entra em cena quando o autor está cansado, quando alguém envolvido na produção morre ou quando o roteirista dá a louca, joga a toalha e vai embora no meio do filme/série.
Zé Ronaldo – para os íntimos –  tem o dom de estragar personagens (tipo Dexter, o psicopata que se apaixona), sagas imensas (Já viu o final de Lost?) e coleções inteiras de livros.
Ele mata a gente de ódio. Principalmente porque é aquele típico profissional ruim, mas que acha que é excelente. Quer ver alguns exemplos das “obras-primas” dele?
                                                                                {{ Spoiler Alert!! }}
– O Final da saga Divergente. Eu AMEI os dois primeiros livros (li o ‘Divergente’ em uma tarde e o ‘Insurgente’ em um final de semana). Mas,que me perdoem os fãs, o fim do terceiro livro – ‘Convergente’– coooom certeza foi escrito pelo nosso amigo José Ronaldo. E muito provavelmente ele também vai participar da adaptação para o cinema.
Essa foi a minha cara pro final. sério. muito ruim.

Essa foi a minha cara pro final. sério. muito ruim.

E essa também, porque gastei meus últimos centavos pra comprar a trilogia toda de uma vez.

E essa também, porque gastei meus últimos centavos pra comprar a trilogia toda de uma vez.

– No mundo das séries…as duas últimas temporadas de Prision Break. Estava indo tudo bem até o final da 2ª temporada. Simplesmente não dava para parar de assistir (esquecia de comer e ir no banheiro FÁCIL)! Mas aí contrataram Zé Ronaldo… Vocês não vão querer saber como a história continua.
Até o Michael sabe que não ficou legal.

Até o Michael sabe que não ficou legal.

-Para provar que nem mesmo excelentes autores estão livres de uma zé ronaldice, temos  ‘O Cavaleiro dos Sete Reinos’. GENTE! Como George Martin teve a CORAGEM de deixar o final desse livro por conta do José?!
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Sério Martin? Só que NÃO!

(mas tudo bem… eu até consigo perdoar porque os outros livros TODOS das Crônicas de Gelo e Fogo são MARA)
– Ainda nas séries…a 4ª e a 5ª temporadas de The Vampire Diaries. O negócio aqui foi tão feio, que Zé Ronaldo ficou dois anos por conta!
Pooooxa...

Pooooxa…

– Em termos de saga, o portfólio do nosso amigo Zé Ronaldo ganhou mais um ponto com o último livro da coleção ‘As Brumas de Avalon’. Ô tristeza… os outros são TÃO mas TÃO bons!!!
O filme até que é bom também...

O filme até que é bom também…

– O episódio de semana passada de Vikings…e tava indo tão bem :/
Desnecessário

Desnecessário… Saudades Siggy :/

Mas se você quer saber qual foi o trabalho digno de Oscar do nosso amigo…  Assista “Os Pássaros”! Hitchcock já tinha feito sucesso com Psicose e resolveu dar uma chance pro colega que tava começando… deu no que deu…
Se alguém te chamar pra ver esse filme: CORRA

Se alguém te chamar pra ver esse filme: CORRA

E pra você? Qual foi o livro/ filme/ série mais ‘José Ronaldo’  da vida?
P.S: José Ronaldo é um personagem fictício, saído da mente hiper criativa do meu amor. Inventamos essa persona (non grata)  para classificar os filmes, séries e livros que, no final, deixam a gente com aquela sensação de “eu gastei meu tempo com isso?”

Livro 7: O Cavaleiro da Morte – Crônicas Saxônicas Vol. II

Estamos chegando a quase dois meses de desafio e a ideia é sair dessa tristeza chamada Depressão Pós-Livro. Como fazemos isso? lendo toda a lista de espera que só tá aumentando!

O escolhido dessa semana foi ‘O Cavaleiro da Morte’, segundo volume das ‘Crônicas Saxônicas’, de Bernard Cornwell (se você perdeu a resenha do primeiro livro da saga, dá um pulinho aqui pra ler).

O Cavaleiro da Morte CAPA

O legal é que todas as capas juntas formam um único desenho!

Infelizmente, está DIFICÍLIMO achar o box (ou mesmo todos os livros separadamente) para comprar. Então eu tive que ler as versões em PDF mesmo #tristinha. Continuar lendo

Especial: 10 livros/sagas que eu mais amei na vida (até agora!)

Livros Favoritos

Sim. É impossível escolher só um livro querido, do coração.

Mas leitor compulsivo que se preze tem sim seus preferidos (e quem disser que não está mentindo descaradamente). Aqueles que enchem os olhos de lágrimas – de alegria ou tristeza, que foram presente de alguém especial, que você se identifica TANTO com o(a) protagonista que parece que aquela história é sobre a SUA vida.

Eu mesma tenho um monte, mas resolvi tentar classificá-los num Top 10 (alerta! Pode conter leves spoilers. Nada que estrague a leitura, mas… Tá avisado!)

Confere aí se algum deles também está na sua lista de amores literários:

1. A Mulher de Pilatos – Antoinette May

A Mulher de PilatosDefinitivamente o primeiríssimo da lista!! Sem brincadeira, gente… já li esse livro umas cinco vezes – e tô esperando me devolverem ele pra ler mais uma(s). A autora se superou em pesquisa histórica para recriar uma época, uma sociedade e personagens incríveis!

Sinopse: Nascida com o dom da premonição, Cláudia era atormentada por visões de guerra e morte desde a infância. Apesar de não poder interferir no curso da história, ela faz de tudo para evitar um dos mais trágicos acontecimentos de todos os tempos: a crucificação de Jesus.
Ao saber da paixão de sua amiga Miriam de Magdala por um religioso radical chamado Jesus de Nazaré, Cláudia prevê um futuro terrível. Quando Jesus é preso, ela suplica ao marido Pôncio Pilatos que o inocente. Mas, cedendo à vontade do povo, Pilatos lava as mãos e o condena.
Mesmo casada, Cláudia se apaixona perdidamente pelo gladiador Holtan, mas continua lutando ao lado do marido para manter a ordem na sociedade romana, tomada pelo caos político e social.
Repleto de romance, religião, aventura e suspense, este livro apresenta a possível vida dessa misteriosa mulher que, apesar de aparecer uma única vez na Bíblia, está profundamente ligada à história do cristianismo.

 2. Esmeralda – Zibia Gasparetto

esmeraldaCom o tempo vocês vão ver que eu tenho um amor infinito pela cultura cigana. Sou uma Gadji com alma Romani. E esse foi o livro espírita que mais me emocionou por conta da história e das lições. Sempre choro no final…

Sinopse: Esmeralda era orgulhosa e absoluta. O mistério maravilhoso de sua dança arrancava olés e aplausos acalorados. Sempre desejada, despertava grandes paixões. Mas não amava ninguém, nem se importava com a dor dos seus apaixonados. Um dia, porém, Esmeralda encontrou um amor que arrastou consigo o seu destino…

 

3. Série ‘O Diário da Princesa’ – Meg Cabot

diário da princesa sérieQuando se trata de Meg Cabot e Princesa Mia, eu vou ser SEMPRE uma fã apaixonadérrima, uma adolescente de 15 anos! Esses 10 diários são momentos  divertidíssimos de uma garota americana normal que descobre que é princesa! Eu não sosseguei até ter a coleção completa e agora (ou melhor, ano passado) descubro que em junho de 2015 vai ser lançando o décimo primeiro volume – sobre o casamento real!!! #morri #CorrePraComprar

Sinopse: Uma garota nova-iorquina comum descobre ser a herdeira de um reino europeu. Ela vai morar com seu pai para aprender a agir como uma verdadeira nobre, só que sua avó ainda acha que ela tem muito o que aprender.

4. Série ‘Harry Potter’ – J.K. Rowling

Harry Potter - SérieNa boa… existe alguém NO MUNDO que não ame Harry Potter? Eu lembro que a primeira vez que vi o volume de ‘HP e a Pedra Filosofal’, debaixo da cadeira da escola da Lu (uma das minhas melhores amigas), fiquei louca pra ler. Desde então nunca mais parei. Esses sete livros me ensinaram muito sobre amizade, lealdade, bruxarias haha e eu até hoje espero minha carta de aceitação em Hogwarts (pra estudar na Grifinória. ÓBVIO). Já li umas três vezes cada volume e morro de vontade de ter a coleção completinha (sim. infelizmente eu fui uma criança mal amada pelos familiares que só ganhou o ‘HP e o Cálice de Fogo’. Mas beleza, é o que eu mais gosto mesmo… MENTIRA. Se quiserem me dar os outros seis, tô aceitando!!).

Sinopse: Precisa MESMO, gente? Não, né! A menos que você viva em outra galáxia, tá careca de saber a história de vida do bruxo mais famoso de todos!

5. Trilogia ‘O Século’ – Ken Follet

Se você nunca leu esse autor, você não sabe de nada, Jon Snow precisa correr AGORA e comprar/baixar esses três livros: ‘Queda de Gigantes’, ‘Inverno do Mundo’ e ‘Eternidade por um fio’.  Nunca vi um autor TÃO foda bom para mesclar História e ficção! Já li outros livros dele, como ‘Os Pilares da Terra’ e ‘A Chave de Rebecca’ (que eu também amo muito muito), mas a trilogia do Século é perfeição demais! Se você curte narrativas sobre as duas Grandes Guerras e Guerra Fria, vai se apaixonar perdidamente aqui. Conselho: tenha os três volumes em mãos antes de começar…porque você simplesmente NÃO vai conseguir parar! Obrigada Fê Delvaux (prima emprestada) por apresentar essa riqueza literária pra minha vida!

Sinopse:  Livro 1 – Queda de Gigantes

Cinco famílias, cinco países e cinco destinos marcados por um período dramático da história. Queda de gigantes, o primeiro volume da trilogia “O Século”, do consagrado Ken Follett, começa no despertar do século XX, quando ventos de mudança ameaçam o frágil equilíbrio de forças existente – as potências da Europa estão prestes a entrar em guerra, os trabalhadores não aguentam mais ser explorados pela aristocracia e as mulheres clamam por seus direitos.

Livro 2 – Inverno do Mundo

‘Inverno do mundo’ retoma a história do ponto exato em que termina o primeiro livro. As cinco famílias – americana, alemã, russa, inglesa e galesa – que tiveram seus destinos entrelaçados no alvorecer do século XX embarcam agora no turbilhão social, político e econômico que começa com a ascensão do Terceiro Reich. A nova geração terá de enfrentar o drama da Guerra Civil Espanhola e da Segunda Guerra Mundial, culminando com a explosão das bombas atômicas.

Livro 3 – Eternidade por um fio

Durante toda a trilogia “O Século”, Ken Follett narrou a saga de cinco famílias – americana, alemã, russa, inglesa e galesa. Agora seus personagens vivem uma das épocas mais tumultuadas da história, a enorme turbulência social, política e econômica entre as décadas de 1960 e 1980, com a luta pelos direitos civis, assassinatos, movimentos políticos de massa, a guerra do Vietnã, o Muro de Berlim, a Crise dos Mísseis de Cuba, impeachment presidencial, revolução… e rock and roll!

6. As Crônicas de Gelo e Fogo – George R.R. Martin

As Crônicas de Gelo e FogoÓBVIO. Como não amar e não pirar com esse Papai Noel do Mau que é o Martin?! Que vai lá e mata seus personagens favoritos (R.I.P Khal Drogo), pega pesado com temas como incesto, estupro, assassinatos de hóspedes, familiares, etc etc. Se você está só assistindo a série na HBO  ValarLerOsLivros (piada interna). Ainda não há no mundo literário saga que te prenda MAIS – seja pelos personagens excelentes e narrativa perfeita, ou porque demora uma eternidade entre o lançamento de um livro e outro medo desse homem morrer sem acabar todos os livros.

Agora se você chegou de marte esses dias  não conhece nem a série, dá uma olhada lá no nosso amigo Cinefagia e já vai baixando os episódios antes que a próxima temporada estreie, dia 12 de abril ou que o inverno chegue hahaha

Sinopse: Em A guerra dos tronos, o primeiro livro da aclamada série As crônicas de gelo e fogo, George R. R. Martin – considerado o Tolkien americano – cria uma verdadeira obra de arte, trazendo o melhor que o gênero pode oferecer. Uma história de lordes e damas, soldados e mercenários, assassinos e bastardos, que se juntam em um tempo de presságios malignos (essa tá fraquíssima perto da riqueza que é a história toda, mas beleza. Como eu já disse ValarLerOsLivros).

7. Julieta – Anne Fortier

Capa_Julieta_comHot_25mm.pdfEsse é um livro que reúne várias coisas que eu amo com força: Itália, História, Romance e Julieta. Foi paixão à primeira vista pela capa – que é lindíssima – e a história contada não deixou nem um pinguinho a desejar – ME-RA-VI-GLIO-SA! Tem suspense e amor na medida certa, li duas vezes e lerei mais uma ainda esse ano só para matar a saudade.

Sinopse: Julie Jacobs e sua irmã gêmea, Janice, nasceram em Siena, mas, desde que seus pais morreram, foram criadas nos Estados Unidos por sua tia-avó Rose.Quando Rose morre, deixa a casa para Janice. Para Julie restam apenas uma carta e uma revelação surpreendente: seu verdadeiro nome é Giulietta Tolomei.
A carta diz que sua mãe havia descoberto um tesouro familiar muito antigo e misterioso. Intrigada, Julie parte para Siena. Mas tudo o que a mãe deixou foram papéis velhos – um caderno com diversos esboços de uma única escultura, uma antiga edição de Romeu e Julieta e o velho diário de um famoso pintor italiano, Maestro Ambrogio.
O diário conta uma história trágica: há mais de 600 anos, dois jovens amantes, Giulietta Tolomei e Romeo Marescotti, morreram vítimas do ódio irreconciliável entre os Tolomei e os Salimbeni. Desde então, uma terrível maldição persegue as duas famílias. E, levando-se em conta sua linhagem e seu nome de batismo, Julie provavelmente é a próxima vítima. Tentando quebrar a maldição, ela começa a explorar a cidade. À medida que se aproxima da verdade, sua vida corre cada vez mais perigo.
Repleto de romance, suspense e reviravoltas, Julieta nos leva a uma deliciosa viagem a duas Sienas: a de 1340 e a de hoje. É a história de uma lenda imortalizada por Shakespeare. Mas é também a história de uma mulher moderna que descobre suas origens, sua identidade e um
sentimento devastador e completamente novo para ela: o amor.

8. Trilogia: As Memórias de Cleópatra – Margaret George

AS_MEMORIAS_DE_CLEOPATRA_VOL_2_1297009873PJá falei que amo História umas mil vezes. Pelos títulos aqui de cima você já viu isso claramente também. Mas a Margaret George (e a Philippa Gregory também) é rainha nesse quesito. TODOS os livros dela sobre mulheres que foram importantíssimas na História (ou mitologia, no caso de ‘Helena de Tróia’) são a perfeição da perfeição da perfeição. Escolhi citar ‘As Memórias de Cleópatra’ por uma queda, um abismo, que eu tenho por essa rainha, pelo Egito antigo e pela fascinante história de amor entre o Império Romano e um de seus vassalos. A autora aqui não trata Cleópatra como os demais, coloca-a na posição de estadista, intelectual, versada nas artes da diplomacia #GirlPower. Esses três livros e o ‘Cleópatra – Uma Biografia’ são, na minha humilde opinião, os relatos que mais respeitam a figura dessa mulher e, por isso mesmo, são os melhores que já li.

Sinopse: Numa magistral reconstituição do antigo Egito e da Roma dos césares, Margaret George conta – pela voz da própria Cleópatra – uma história épica e hipnotizante. Reis, rainhas, tribunos, senadores, gladiadores, eunucos, escravos e guerreiros movem-se numa saga luxuosa, que traz de volta à vida o reluzente reinado de Cleópatra, a rainha do Nilo.
As Memórias de Cleópatra estão sendo publicadas em três volumes que podem ser lidos separadamente. No primeiro, A Filha de Irís, a rainha narra seu romance com o conquistador romano Julio Cesar, então o homem mais poderoso do mundo, até o momento em que ele é assassinado pelos senadores de Roma. No Segundo, Sob o Signo de Afrodite, Cleópatra, no auge de sua beleza e poder, descreve seu tórrido romance com outro general romano, Marco Antônio, e seus planos para construírem um novo império.
No terceiro e último livro, O Beijo da Serpente, a rainha relembra sua luta e a de Marco Antônio, e seus planos para construirem um novo império.
O deserto, as pirâmides e os monumentos em torno do Nilo, as tumbas dos antigos faraós, o esplendor de Alexandria, então a capital cultural do mundo, as sangrentas lutas de gladiadores no coliseu, em Roma, as guerras de conquista de Júlio César e Marco Antônio, as paixões e a volúpia de sexo e poder em que os personagens se envolvem estão no centro deste romance absorvente, que tornou Margaret George uma das maiores romancistas históricas da atualidade.

9. A Rainha Descalça – Ildefonso Falcones

A Rainha DescalçaE a ciganaria vem mais uma vez! Salve meu povo cigano! Quando eu, passeando pelas livrarias virtuais (tenho esse hobbie, de ficar pescoçando livros novos e preços pra comprar online, vocês também?), dei de cara com essa capa LINDA, com uma sinopse que arrebatou meu coração na mesma hora! Foi um martírio para achar, na época tava em falta e tal… Mas eu tenho um namorado perfeito, que sempre acerta me dando os livros que eu mais amo. Ele achou, comprou, me deu! Fomos felizes para sempre! HA! Voltando ao livro… A Rainha Descalça é diferente, e até melhor, que Esmeralda por tratar de uma realidade mais crua, de descriminação e preconceito em relação aos ciganos. Ao mesmo tempo ele mostra o encanto das danças, da paixão gitana e dos costumes riquíssimos dessa gente. Sim, eu chorei com o sofrimento deles. Chorei por uma identificação de alma, sabe? Ah… tem que ler pra sentir!

Sinopse: A rainha descalça acompanha a saga de Caridad, uma ex-escrava cubana que aporta em Sevilha, na Espanha, em 1748. Livre, porém fragilizada diante de sua condição, ela é acolhida por um clã cigano e inicia uma intensa amizade com a jovem cigana Milagros, dando início a uma trama recheada de paixões e intrigas na Europa do século XVIII, marcada pelas transformações culturais, pela perseguição aos povos tradicionais e pela intolerância.

10. Crônicas Saxônicas – Bernard Cornwell

Crônicas SaxônicasNem acabei de ler todos os sete livros, mas Bernard Cornwell já está aqui no meu TOP 10! Que autor! Que escrita, gente! Quando eu leio Crônicas Saxônicas (e em breve lerei as Crônicas do Rei Artur) para o desafio #UmLivroPorSemana, eu sinto o frio úmido da Inglaterra, Irlanda e Dinamarca. Sinto o medo das invasões Vikings. Sinto o cheiro do sangue nos machados e espadas, e o desafio da parede de escudos. Sério… Cornwell te transporta, te encanta, te deixa completamente fã! Realmente, o destino é inexorável wyrd bið ful aræd , e estava no meu encontrar essa obra prima da literatura, justo quando criei coragem de escrever o blog 🙂

Sinopse: Livro 1 –  O ÚLTIMO REINO é o primeiro romance de uma série que contará a história de Alfredo, o Grande, e seus descendentes. Aqui, Cornwell reconstrói a saga do monarca que livrou o território britânico da fúria dos vikings. Pelos olhos do órfão Uthred, que aos 9 anos se tornou escravo dos guerreiros no norte, surge uma história de lealdades divididas, amor relutante e heroísmo desesperado. O ÚLTIMO REINO não se resume a cenas de batalhas bem escritas e reviravoltas cheias de ação e suspense. O livro apresenta os elementos que consagraram Cornwell: história e aventura na dose exata. Uma fábula sobre guerra e heroísmo que encanta do início ao fim.

Agora me conta! Que livros você colocaria no seu Top 10?

 

 

Dia da Mulher: Virgínia Woolf, o ‘anjo do lar’ e as blogueiras

Vocês, que são de uma geração mais Profissoes_para_mulheres-179x300jovem e mais feliz, talvez não tenham ouvido falar dela – talvez não saibam o que quero dizer com o Anjo do Lar. Vou tentar resumir. Ela era extremamente simpática. Imensamente encantadora. Totalmente altruísta. Excelente nas difíceis artes do convívio familiar. Sacrificava-se todos os dias.(…) em suma, seu feitio era nunca ter opinião ou vontade própria, e preferia sempre concordar com as opiniões e vontades dos outros. E acima de tudo – nem preciso dizer – ela era pura.(…) Naqueles dias – os últimos da rainha Vitória – toda casa tinha seu Anjo. E, quando fui escrever, topei com ela já nas primeiras palavras. Suas asas fizeram sombra na página; ouvi o farfalhar de suas saias no quarto. Quer dizer, na hora em que peguei a caneta para resenhar aquele romance de um homem famoso, ela logo apareceu atrás de mim e sussurrou: “Querida, você é uma moça. Está escrevendo sobre um livro que foi escrito por um homem. Seja afável; seja meiga; lisonjeie; engane; use todas as artes e manhas de nosso sexo. Nunca deixe ninguém perceber que você tem opinião própria. E principalmente seja pura.” 

(Trecho de “Profissões para mulheres”, primeiro artigo do livro – Tradução de Denise Bottmann)

 
Sim. Nós somos de uma geração mais jovem, mais feliz (e relativamente mais livre). Só que esse livro, escrito em 1931, ainda reflete uma realidade para nós mulheres. Principalmente na rede.
 
Ainda existem estereótipos fortes quanto aos assuntos que uma blogueira domina e trata no seu espaço web. CLARO que muitas de nós (me incluo porque eu sou uma perua ambulante) gostamos de maquiagem, moda, penteados, futilidades e fashionices. Mas é só isso que estamos aptas a discutir  a fundo? A resposta é um grande  e sonoro NÃO!
beyoncefeminist
 
Por mais que exista a expressão odiosa “coisa de menina”, tentando restringir o que somos ou não capazes de fazer “porque somos mulheres”,  estamos cada vez mais persistentes em provar o quão vazio é esse conceito engessado de ‘azul x rosa’. Hoje batemos no peito para falar sobre qualquer assunto que der na telha,e  muito bem, obrigada! 
 
(Taí o Garotas Geeks que não me deixa mentir)
 
Mas existe o preconceito… ah o preconceito… os machismos velados (ou nem tanto) de cada dia, que nas entrelinhas tentam dizer: “Você vai falar de games? De TI? De assuntos Nerd? De carros?  Mas isso não é feminino… (ou pior) E por acaso você entende dessas coisas?”
 
Lugar de Mulher

Hã? Você me perguntou isso mesmo? (Via: Lugar de Mulher)

Pera lá, meu filho (ou minha filha)! Se meu blog/site é sobre esse assunto, é porque eu domino/adoro ele porra ! Não vem duvidar da minha capacidade de escrita baseado(a) no meu gênero, que isso é mais retrógrado que usar monóculo! 
Um dos meus blogs favoritos nesse sentido, de dizer poucas e boas pra quem tem a cabeça trancada, é o Lugar de Mulher. Como o nome mesmo diz, as autoras estão sempre trazendo à tona temas atuais, discussões pertinentes sobre qual é o lugar das mulheres na sociedade atual (que é onde nós quisermos, vestidas como quisermos, amando quem quisermos, trabalhando com o que quisermos. Então não encha a paciência!)
 
Enfim… Como esse é um especial, não vou fazer a bíblia feminista aqui. Mas fica a dica:
 
Se você ama escrever, já dizia Virginia (minha amiga ali de cima), fale do que te dá mais prazer! Esqueça os rótulos (e isso vale para qualquer coisa na vida)! Só assim você se liberta desse “anjo” socialmente imposto e faz trabalhos maaaravilhosos, como os das minhas amigas queridas (minhas inspirações), aqui embaixo:
 
Roberta Oliveira – Literatura de Mulherzinha
 
Iracema Martins – Colaboradora do Cinefagia
 
Babs, Luiza, Marina e Tammy – Garotas Geek
 
Polly, Mari e Clara – Lugar de Mulher
 
 
 
Mariana, Luisa e Estela – Casar é um barato
 
Talita Scoralick – Blog da Talita
 
Bia Jiacomine – Eu Não Sou Amélia
 
E tantas outras que eu ainda não conheço, mas sei que têm blogs/sites maravilhosos, porque tão nem aí para as amarras (literárias ou sociais). 
 
A todas vocês, meninas: PARABÉNS! Não por hoje, mas pela coragem de buscar seu lugar na imensidão da internet e por cada post divertido, informativo, subversivo, bem escrito, MARA que já fizeram por aí! 

Livro 6: A Divina Comédia – Dante Alighieri

Nel mezzo del cammin di nostra vita

mi ritrovai per una selva oscura,

ché la diritta via era smarrita.

2011 Divina Comedia

Capinha sinistra! Aquele demônio rindo ali atrás me dá até arrepio!

Assim, bem desiludido da vida, Dante Alighieri começa sua obra mais famosa: A Divina Comédia (que só ganhou esse ‘Divina’ depois, graças ao fã nº 1 de Dante poeta italiano, Giovanni Boccaccio). E aqui já vão quatro avisos importantíssimos aos navegantes:

1) Pra ler esse livro tem que ter disposição, pra entendê-lo tem que ter habilidade eu venho te falar que são cinco velocidades hahaha. Afinal, são trinta e três cantos (isso mesmo, poemas)

2) O livro é grande, a resenha também (quer resumo? vai ler “Inferno”, do Dan Brown . Tem uma resenha minha desse livro, lá no Bebida Cultural)

3) Não sou filósofa, teóloga ou formada em literatura italiana. Então não espere uma discussão profunda do tema. A ideia aqui é trazer minhas impressões pessoais (e irônicas) sobre esse livro tão mundialmente famoso.

4) Se você não curte ou não sabe muito sobre a) Mitologia , b) História Italiana -desde os primórdios de roma até o século XIV – ou c)O Contexto político-social em que o autor viveu na Italia medieval,  a frase escrita em cima da entrada do Inferno é direta e reta para você:

“Deixai toda a esperança, vós que entrais”

É, meus caros. Infelizmente Dante não é um livro democrático. É bem difícil de entender em alguns momentos. Mas eu JURO que a história toda compensa DE-MAIS!

Então, vamos dar um desconto que, naquela época (entre 1304 e 1321) pouquíssimas pessoas sabiam ler e, os que sabiam, eram eruditos, bem-nascidos e conheciam bem mitologia grega e teologia uma panelinha podre de rica e briguenta, que vivia (e se matava) numa Itália ainda muito longe de ser unificada.

Ou seja, Dante não tá nem aí se você (eu, no caso) em pleno século XXI não sabe quem foi Faetonte, ou Ariadne, se você não sabe calcular que horas são a partir das estrelas (faz milhões de referências a horário e épocas do ano com constelações, posição do Sol e solstícios/equinócios) .  Ele simplesmente parte do pressuposto que o leitor entende tudo isso e vida que segue…

Bom, chega de enrolar e vamos ao que interessa:

A Divina Comédia é um poema em três partes: Inferno, Purgatório e Paraíso. E ler todas elas em uma única semana foi TENSO! Mas a experiência foi de amor e de encantamento crescentes por essa história, que venceu sete séculos e está aí, para quem tiver interesse em fazer a “viagem espiritual” junto com Dante.

Como eu disse lááá em cima, o autor está desiludido na sua vidinha, não tá legal, ele foi exilado da sua amada terra natal – Florença – e está pra lá de desgostoso com a humanidade, etc etc.

Por isso ele se encontra em uma “Selva Escura” (a perdição dos pecados que não te deixa ver o caminho certo), e de lá só vai conseguir sair se passar pela experiência de ver seus erros (as três feras – loba/fraude, leão/violência e onça ou leopardo/incontinência) não mais como obstáculos externos, e sim como vontade de Caos e Morte dentro de si.

Ou seja… a saída é dar uma voltinha no inferno. viagem mórbida, hein?

É aí que entra Virgílio (para os leigos, o poeta romano autor de Eneida), chamado por Beatriz – amor de Dante –  e Santa Luzia para guiar o italiano pelos nove círculos do Inferno e pelo monte purgatório. Particularmente eu adorei o Virgílio de Dante. Ele é firme e inteligente todo o tempo.

INFERNO

Para encurtar o texto aqui, senão vai virar bíblia, o Inferno é uma descida literalmente sinistra, que conta com nove círculos em espiral (representando a queda de Lúcifer, expulso do céu por Deus). Quanto mais descemos, mais graves os pecados – e piores os castigos! Achei essa imagem SUPER legal que define muito bem cada ciclo, o pecado correspondente e o que sofrem as almas ali presas (caso não entenda, tem um texto que explica tudo no La Parola):

inferno de dante

Clica com o botão direito pra abrir em outra página e ler direito!

À medida que vamos descendo (Dante, Virgílio e leitor), encontramos figuras históricas e mitológicas. Os pagãos ilustres do Limbo como Platão e Aristóteles (que morreram sem pecar, mas estão ali no Inferno porque não foram batizados), os líderes de Bolonha, Florença, Siena e cia. que colhem os frutos amargos de sua luxúria, gula, ganância, ira, heresia, violência, fraude e traição.

Essa, pra mim, é a parte mais legal. Porque temos Papas envolvidos aposto que a Igreja adorou isso. sqn, os castigos são tão lógicos e bem descritos que te dá até medo e é aí que está a maior carga de ação da narrativa toda. pronto falei.

E descendo, descendo ficamos cara a cara com Lúcifer, no nono e último círculo, que com suas três cabeças prende de um lado Judas, e do outro Brutus e Cássio, responsáveis pela morte de Júlio César. É aí que chegamos ao centro da terra e começamos a subida em direção às estrelas, à saída do inferno e à ilha do monte purgatório.

PURGATÓRIO

Assim como o inferno tem hierarquia de gravidade para os pecados e punições, o monte purgatório tem níveis de penitência para que as almas se livrem dos seus maus passos e alcancem o paraíso.

Simples assim: Se o Inferno está no centro da Terra, e o Céu está acima das nuvens…o Purgatório é a escada em espiral ascendente que liga os dois. Aqui também são nove zonas de purgação, duas delas estão antes da entrada propriamente dita (e são guardadas por um anjo). E quando você chega na ilha, haja fôlego para escalar a montanha!

Também achei uma imagem (não tão legal quanto a do inferno, mas tudo bem) que representa os estágios dessa subida:

monte purgatorio

Aqui a ordem dos pecados é invertida, então a luxúria, por exemplo, que está no 2ª círculo do inferno, está no 11º patamar.

O que me deixou mais lerda na leitura, e bem menos empolgada, é que no Inferno a história é mais dinâmica: Dante encontra o pecador e a recompensa pelo seu ato errado (te dando aquela sensação tipo: Bem-feito. Se fode aí, Kirido). Já no Purgatório fica aquela subida interminável de gente e suas penitências, mas a recompensa tá lááá em cima, que é o encontro de Dante e sua amada (e chatinha) Beatriz, no Paraíso.

PARAÍSO

Essa parte é o ápice da viagem toda, onde o Céu/Paraíso é dividido em duas partes: Material (que também tem nove círculos. Fixação com nove? É aquela de 3 x 3, sabe…) e Imaterial.

Aqui Virgílio já saiu de cena (Dante se despede dele no último círculo do Purgatório, e é levado por um anjo através do fogo que separa a montanha do paraíso) e entra Beatriz, a mulher por quem Alighieri morria de amores e que morreu jovem, blá blá blá

É assim que a gente fica, mas esse amor deles é muito celeste pro meu gosto ¬¬

É assim que a gente fica, mas esse amor deles é muito celeste pro meu gosto ¬¬

Aqui os nove círculos são formados pelos sete “planetas” (Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno), o céu das estrelas fixas e céu cristalino, que é o último nível da matéria. Continua viajando que não acaba aí…

Nesse paraíso terrestre, Beatriz olha para o sol (OI? Kátia Cega) e Dante a acompanha (cegos guiando cegos) até que ambos começam a elevar-se, “transumanando”. Guiado por Beatriz, Dante passa pelos vários céus do paraíso e encontra personagens como São Tomás de Aquino e o imperador Justiniano.

Chegando ao céu de estrelas fixas, ele é interrogado pelos santos sobre suas posições filosóficas e religiosas. Depois do interrogatório, recebe permissão pra continuar. (Dorme não!)

Sleep 3

Céu das estrelaszzzzzzzzzz

No céu cristalino Dante adquire uma nova capacidade visual, e passa a  entender o mundo espiritual, onde ele encontra nove círculos angélicos, concêntricos, que giram em volta de Deus.

Lá ele recebe a visão da Rosa Mística, se separa de Beatriz achei sacanagem. Eles nem viveram seu amor ali e tem a oportunidade de sentir o amor divino que emana diretamente de Deus, ” l’amor che move il sole e l’altre stelle”.

(quando eu FINALMENTE cheguei nessa última frase, me deu uma sensação gigante deja vu. Foi aí que eu lembrei que, sem NUNCA ter lido Dante, meus melhores amigos da faculdade começaram a homenagem a mim pro convite de formatura com essa frase. Destino que chama, né?)

Pra finalizar, eu digo que AMEI a Divina Comédia, principalmente o Inferno! Se você teve paciência de ler até aqui, pegue os três volumes da obra e leia! A gente sai mais culto, mais pensativo sobre as coisas da vida e entende muitas inspirações de filmes/livros/games, que vieram MUITO depois de Dante. Isso demonstra a força literária que ele representou e ainda representa.

Livro 5: O Último Reino – Crônicas Saxônicas Vol. I

Uma praia da Northumbria. Navios vikings se aproximam. Um menino de 10 anos, um jovem nobre inglês, vê os dragões e serpentes nas proas do inimigo e fica fascinado. E o fascínio que também vem até nós, leitores (como se a gente também estivesse naquela areia, vendo o invasor se aproximar), dá lugar à excitação, ao medo e à carnificina.

Cabeças rolam, pais perdem os primogênitos e a Inglaterra cristã é ameaçada pela força selvagem e pagã dos dinamarqueses. É no cenário frio e úmido de Bebbanburg que a guerra selvagem pela conquista da terra acontece e o autor, Bernard Cornwell, começa suas Crônicas Saxônicas.

OUltimoReino

Detalhe: todas as capas, juntas, formam uma imagem MARA da invasão Viking!

Se você, como eu, assistiu/assiste Vikings e gosta de mitologia nórdica, essa é uma saga que vai te deixar fascinado até a última linha! Pra entrar ainda mais no clima, sugiro que você leia a resenha ouvindo isso daqui.

Diferente da série da TV, a história de ‘O Último Reino’ é contada pela perspectiva daquele menino inglês de 10 anos lá do primeiro parágrafo, o Earldorman Uhtred, filho de Uhtred, que era filho de Uhtred, cujo pai também se chamava Uhtred (muito criativo para nomes esse povo, né? E você aí achando que Jr. ou filho já era muito).

Esse garoto, que começa apenas como Osbert, o segundo filho de um Earl (conde) – destinado a ser padre ou qualquer outra coisa que os segundos filhos fossem destinados a ser – ganha vida quando os navios dinamarqueses invadem a costa de sua terra natal, matam seu irmão e o tornam herdeiro de um grande Senhor.

Acompanhando seu pai numa batalha que poderia decidir o futuro da Inglaterra, Uthred acaba órfão e é capturado pelo chefe inimigo, Ragnar.

(E não. ele não é o mesmo da série. É sim um guerreiro foda excelente, conquistador, earl, filho de Ravn, pai de Ragnar, e companheiro de Ubba, Ivar – o sem ossos, e Half. Mas não é casado com Lagertha, ou Aslaug aquela ruiva maldita, e não tem um filho chamado Bjorn. Sacanagem com o Team Lagertha :/)

Ragnar Lothbrok - Vikings

Como imaginar um Ragnar que não seja esse? (Imagem: Vikings Brasil)

A partir de então a gente entra de cabeça no mundo viking e percebe o quanto o pessoal do History pincelou inspirações ali: As festas regadas a muita bebedeira e putaria, os sacrifícios animais e humanos, o culto aos deuses e suas profecias, a forma destemida e louca de empunhar as armas e enfrentar o inimigo, buscando uma vida gloriosa e uma morte digna de entrar em Valhala.

Enquanto Uhtred cresce, tratado como um filho por Ragnar e sua família, conhecemos os personagens ingleses (e reais) que também têm grande importância para a história – tanto do livro, quanto da Inglaterra. É nesse contexto que o rei Alfredo, O Grande aparece.

Ele, que realmente existiu no primeiro século depois de Cristo, foi o responsável por salvar Wessex (o tal ‘Último Reino’, único a não sucumbir à força de invasão dos pagãos) e, junto com seus filhos e neto, criou pela primeira vez, uma entidade política que chamaram de”Englaland”.

Não sei nos outros livros, mas nesse primeiro momento, Alfredo é um personagem bem chato, que vive “comandado” pelos padres, e corre entre o confessionário e as orgias com as empregadas e servas. Não gostei dele desde o primeiro momento, e queria tanto que os dinamarqueses tomassem a coroa dele! Infelizmente a História inglesa traz pra gente o contrário.

Enfim… a minha paixão nesse livro foram as batalhas: em terra ou navais, a realidade cruel das gargantas cortadas, das entranhar do inimigo no chão, do mar quebrando navios e levando guerreiros para as profundezas é tanta, que dá até arrepios! E as paredes de escudo? Gente… aquilo dá um medo sinistro! Imagina você, cara a cara com o inimigo, batendo escudo e empurrando. O primeiro a ceder é o primeiro a ser derrotado (e morto).

(E você aí achando que o blog era rosa e só ia ter resenha de romance. HA. sou muito eclética, acredite)

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Outra coisa fascinante é a questão religiosa, de como a Igreja Católica comandava o poder e o medo que teve de perdê-lo para Odin, Thor, Freya e cia. Isso porque os dinamarqueses não tinham dó, matavam, estupravam e saqueavam vilas, castelos E MOSTEIROS. Afinal, eles não acreditavam no Deus cristão, logo, as igrejas eram só um lugar onde se guardava os tesouros (Igreja rica desde sempre. Muito ouro, #Inshalá). Se Wessex não tivesse resistido, adeus cristianismo na Inglaterra!

Mas se você me perguntar o que eu mais gostei, vou responder como sempre: A relação perfeita entre personagens reais e fictícios. Eu sempre amo autores que sabem trabalhar com isso, porque:

1) demonstra um trabalho gigantesco de pesquisa e apuração dos fatos (qual jornalista não gosta de uma história verossímil?)

 2) uma inteligência e habilidade de escrita para juntar fragmentos históricos reais, com tramas novas e totalmente críveis, mas que saíram da cabeça de uma única pessoa.

Sinceramente, vai ficar até difícil pular para “A Divina Comédia” (tema da resenha do próximo domingo), e só voltar às Crônicas Saxônicas no dia 9. Mas o desafio tá aí. Um livro por semana.

Se você ainda não leu, corre agora na Minhateca e baixa os sete livros de uma vez! Aqui tá o link do primeiro.

P.S: Em outubro desse ano, estreia a série da BBC baseada nessa história.

E com um elenco que é UMA BELEZA hahaha <3

E com um elenco que é UMA BELEZA hahaha ❤

The Last Kingdom‘ promete ser MUITO mas MUITO boa! Deu curiosidade absoluta? Dá uma espiada no teaser: