Non mi fido, come la lavanda.
Mi difendo, come il rododendro.
Sono sola, come la rosa bianca, e ho paura.
E quando ho paura, la mia voce sono i fiori.
Não entendeu nada? Eu traduzo:
“Não confio, como a Lavanda.
Me defendo, como o Rododendro.
Sou sozinha, como a rosa branca, e tenho medo.
E quando eu tenho medo, a minha voz são as flores”. Lindo né?
Essa é o trecho da capa italiana do livro “A Linguagem das Flores”, da minha xará Vanessa Diffenbaugh.
(Esse livro é bem romance. Quem gosta, ama. Quem não gosta, melhor esperar pelo post de amanhã!)
– Italiana? Mas pra quê isso, menina? Tinha versão em português não?
– Tinha. Mas (pra quem ainda não me conhece) eu AMO a Itália. Meu coração é mezzo azzurro, não tem jeito. #FratelliD’Italia ❤
Voltando… Esse livro é muito lindo gente! Tenho que dizer… Eu quase chorei no final! Mas assim, é preciso ter paciência para chegar até lá. Quem avisa, amigo é.
A ‘Linguagem das Flores’ conta a história de Victoria, uma órfã que tem sérios problemas de relacionamento interpessoal, e vai passando de casa em casa/ abrigo em abrigo, causando mil conflitos e passando mil apertos, até ser colocada na rua pelo serviço social, no seu 18º aniversário.
A trama é contada em duas partes distintas que, com o decorrer da leitura, vão se entrelaçando. Uma é o passado da protagonista, sua infância conturbada e as experiências fracassadas de adoção e adequação à uma vida familiar. Nessa parte é que ela conta sobre sua única “quase mãe”, Elizabeth – que foi quem lhe ensinou o significado oculto das flores.
A segunda parte se dá com Victoria já adulta, sozinha, pobre, faminta e solta na cidade. É nesse momento do livro que ela encontra emprego na floricultura de Renata, e acaba por conhecer Grant, um produtor/fornecedor de flores, que se apaixona por ela (e, coitado, tem que aturar uma série de esquisitices até conseguir ganhar sua confiança, ou quase isso).
Um conselho para quem lê? Tenha persistência! A história demora um pouco a pegar no tranco, mas quando pega – ou quando as duas fases da vida da protagonista se cruzam- te juro que fica muito muito bom!
Outra coisa, Victoria não é aquela personagem pela qual você sente empatia logo de cara (a menos que você seja tão antissocial e arredio quanto ela), mas va bene, ela passou por poucas e boas, então me senti na obrigação de dar um desconto.
Um ponto forte: A questão da linguagem das flores em si é muito interessante – e o livro tem até um Dicionário no fim, com todos os significados catalogados pela personagem principal. Isso, a construção da família, a descoberta de si mesma, da maternidade, o desenrolar do passado obscuro e a compreensão do amor, que acontecem na vida de Victoria são a redenção completa da obra.
Foi o que fez eu me apaixonar e querer começar tudo de novo (depois que o desafio acabar, claro. O objetivo aqui é desapegar, certo?).
A experiência de ler um livro de mais de 400 páginas em italiano foi um capítulo à parte: até então eu só tinha lido ‘Il Piccolo Principe’ (‘O Pequeno Príncipe’), e compreender bem toda a história exigiu mais tempo de leitura do que o meu normal, além de um dicionário sempre do lado, para eventuais palavras desconhecidas.
Mas o aprendizado foi gigante, amici! Juro que depois dessa vou caçar mais livros na SBS (que é a única livraria aqui em Juiz de Fora que dispõe de mais títulos em língua estrangeira) para acrescentar no desafio. Fiquei tão empolgada, que resolvi me aventurar até no italiano arcaico.
Mas esse é assunto para o post da próxima semana…
E você? Já Leu algum livro em outra língua? Conta pra mim!
P.S: Como de costume, tá aí o link da versão em português para quem quiser!